segunda-feira, 21 de junho de 2010

"QUE ME FALTA AINDA?"

Por, Philipe Mello.

Vivemos em dias em que pessoas tem se preocupado muito com as suas necessidades e pouco com o que é necessário. Temos percebido que os dias se passam e com eles muitas das vezes o desejo de muitos em buscar ao Senhor,que tem sido trocado muitas das vezes por um desejo de realização pessoal, de conquistas em sua vida secular. Talvez, alguns têm "buscado" a Deus, nas expectativa que o mesmo possa dar-lhes "bençãos" que corroborem com aquilo que imaginam ser o melhor para eles.

Quando buscamos um conhecimento real de Deus e nos confrontamos com a missão de Cristo ao mundo, podemos perceber que estes pensamentos e práticas são totalmente opostos a realidade do Reino.

No evangelho de Mateus capítulo 6 versículo 21, Jesus diz: "Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração". Nós damos ênfase em nossas vidas naquilo que nos é prioritário. Se buscamos as coisas desse mundo e pautamos nossas esperanças nos mesmos, nunca teremos o Reino de Deus em primeiro lugar em nossas vidas, mesmo que sejamos altamente "religiosos".

Jesus fez uma bela aplicação deste ensinamento ao deparar-se com um jovem. Diz o texto no evangelho de Mateus capítulo 19 à partir do verso 16, que este rapaz se aproximou de Jesus e indagou-lhe: "Bom mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?". Jesus lhe disse que era necessário que guardasse os mandamentos. Foi citando-os e o jovem demonstrou conhecimento destes mandamentos e afirmou que os seguia desde a mocidade. Então, ele indagou Jesus novamente, com uma pergunta um tanto quanto despretenciosa, mas que o confrontaria seriamente.A pergunta foi: "Que me falta ainda?".

De certo podemos perceber que este jovem era religioso. Conhecia os mandamentos desde menino e procurava práticá-los. Talvez vivamos em uma realidade semelhante deste rapaz. Cumprimos nossas obrigações religiosas e achamos que estas são um "passaporte" para o paraíso e agradam a Deus. Dizemos que vivemos na graça de Cristo, mas nos pegamos vivendo num legalismo. Isso por que usamos a religiosidade muitas das vezes como um meio de barganhar com Deus, e tirar de nós a culpa de uma vida Cristã falsa, pois "praticamos o Reino". Muitos se esquecem que com a graça de Cristo veio a consciência dos pecados, ou seja, o que vale mesmo é o que pensamos e desejamos, e não somente o que fazemos. Na maioria das vezes nós queremos nos enganar como o caso daquele jovem, que esperava de Jesus uma resposta branda por ser um praticante dos mandamentos, pois também praticamos nos nossos dias, quando somos criteriosos com os horários dos cultos, participamos de associações, somos zelosos com a casa de Deus, mas muitas das vezes ficamos só nisso. Tudo isto citado é bom quando são resultados de uma vida de intimidade com Cristo que faz gerar um compromisso com a causa de Deus em todos os aspectos, nos constrangendo a prestar o melhor para Ele, e isso inclui os compromissos com a casa de Deus, não os usando como "moeda de troca" para nos eximir de quaisquer erros ou faltas que temos tido em relação a Deus e sua causa.

A resposta de Jesus para aquele jovem foi: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me". Jesus aqui não estava dizendo para aquele rapaz que o seu problema estava em sua riqueza em si, mas sim na confiança que ele tinha nela. A sua prioridade estava naquilo que possuía, ele era dependente de seus bens.

Da mesma forma Jesus nos confronta hoje. Se fizéssemos a mesma pergunta para Jesus hoje, "Que me falta ainda?", estaríamos prontos para uma resposta confrontadora? Talvez nossa prioridade sejam as coisas deste mundo, e no que ele proporciona. Pode não ser uma riqueza e muitos bens, mas pode ser desejos carnais ou qualquer outra coisa que nos afaste de Cristo. Talvez estejamos vivendo uma vida de religiosidade, mas talvez existam coisas em nossas vidas que estejam impedindo que os planos de Deus sejam realizados em nós, mesmo que aparentemente passemos uma imagem de verdade e retidão.

O texto relata que o homem se entristeceu e saiu, pois enxergou que não adiantava nada aquilo que vivia há anos, se o seu coração não estivesse primeiramente em Deus. Ele preferiu continuar vivendo uma vida de abastança material a uma vida de realização espiritual. E como reagiríamos hoje? Nós também temos nossa opção de escolha, de vivermos uma vida gloriosa com Cristo mesmo que nada possuamos neste mundo e tudo tendo, ou achando que temos alguma coisa, mas nada possuindo.

Na 1ª epístola de Paulo a igreja de Coríntios no capítulo 2 verso 9 diz que: "Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam". Nossa esperança e confiança não pode estar neste mundo nem no que nele há, mas sim em Deus, para que sejamos chamados de "Benditos de meu Pai" por Cristo e possuamos aquele esplendoroso lugar, que nos está preparado desde a fundação do mundo (Mateus 25:34).

DEUS NOS ABENÇOE!!

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